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Fevereiro Roxo: um mês e uma cor para lembrar do Alzheimer

Por Portal Do Holanda

15/02/2019 13h24 — em
Saúde e Bem-estar



A conscientização sobre o Alzheimer também ganhou um mês e uma cor. A campanha do Fevereiro Roxo foi criado em 2014 e abrange além do Alzheimer, lúpus e fibromialgia que devem ser detectados nos estágios iniciais, evitando o agravamento das doenças, como bem explica o lema “se não houver cura, que ao menos haja conforto”.

Além da campanha, já há algum tempo as doenças degenerativas vêm sendo retratadas no cinema e nas novelas tornando-se ferramentas úteis na conscientização e prevenção das doenças. No cinema um dos maiores exemplos foi “Para Sempre Alice” de 2014, drama que trata do diagnóstico precoce do Alzheimer e seus primeiros sintomas. Curiosamente, o diretor do longa, Richard Glatzer havia descoberto nessa época que tinha uma doença degenerativa, ELA (esclerose lateral amiotrófica), o que fez o longa ganhar ares autobiográficos.

No Brasil, a telenovela “Senhora do Destino”, exibida entre 2004 e 2005 foi uma das primeiras produções a abordar o Alzheimer em horário nobre. A importância dessas ferramentas reside no maior espaço para a discussão e consequentemente a busca por tratamento ao se identificar os sintomas de uma doença que, segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), é a forma mais comum de demência, responsável por 60% a 70% dos casos. A estimativa é de que, no mundo inteiro, 47 milhões de pessoas sofram de demência e, a cada ano, cerca de 10 milhões de novos casos sejam registrados.

Estima-se que 55 mil novos casos de demências ocorram todos os anos no país, a maioria decorrentes de Alzheimer e esses números alarmantes, justificam campanhas como a do Fevereiro Roxo e a discussão gerada pelo aparecimento do tema na mídia, explica a neuropsicóloga e professora do IPOG (Instituto de Pós-Graduação e Graduação) no curso de Psicopatologia - Configurações do Sofrimento Psíquico na Contemporaneidade, Larissa Bufaiçal.

“A abordagem do tema na mídia me parece contribuir para conscientização da doença e pode alertar alguns familiares sobre os sintomas e, com isso, buscar ajuda e possibilitar diagnóstico”, diz a especialista que também é professora do curso de avaliação psicológica.

Conscientização

As campanhas ajudam também a dissipar alguns mitos, como o de que o paciente, visto pelo olhar leigo, parece alheio a sua condição. “Até onde se sabe, o paciente tem consciência das suas dificuldades na fase inicial da doença e essa capacidade vai se perdendo com a evolução da doença, ficando conhecido como anosognosia”, comenta Larissa Bufaiçal.

De acordo com o professor do curso de Avaliação Psicológica do IPOG, Shouzo Abe, a convivência familiar do paciente diagnosticado com a doença também deve ser colocada em foco. “Não adianta apenas medicar o paciente. É preciso também trabalhar com a família sob uma ótica psicológica para que todos estejam preparados e emocionalmente estáveis para lidar com o quadro”, explica Shouzo, que além de lecionar Psicopatologia - Configurações do Sofrimento Psíquico na Contemporaneidade, também atua no tratamento familiar de pessoas diagnosticadas com a doença de Alzheimer.

A importância de ter um tratamento também voltado a família, é comentado por Larissa Bufaiçal “O convívio pode sim tornar-se difícil devido as perdas cognitivas que modificam o funcionamento do paciente, a redução de funcionalidade e alterações no comportamento que também vão ocorrendo com o evoluir da doença. Portanto, é importante que as famílias sejam psico educadas quanto à evolução da doença, como agir, mitos e verdades", resume a especialista.

Um retrato do Alzheimer

A doença de Alzheimer, descrita pela primeira vez em 1906, é uma condição neurodegenerativa. Os principais sintomas são a falta de coerência na fala e a perda da memória recente: o paciente se lembra de fatos de muitos anos atrás, mas não sabe dizer sobre coisas que fez hoje. A patologia, embora incurável, pode ter seus efeitos mais graves controlados com tratamentos já existentes no âmbito da medicina. Mas além de remédios, este quadro cada vez mais comum mostrou-se como uma preocupação também para a psicologia.


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O Portal do Holanda foi fundado em 14 de novembro de 2005. Primeiramente com uma coluna, que levou o nome de seu fundador, o jornalista Raimundo de Holanda. Depois passou para Blog do Holanda e por último Portal do Holanda. Foi um dos primeiros sítios de internet no Estado do Amazonas. É auditado pelo IVC e ComScore.

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