Manaus/AM - O Amazonas figura como o segundo estado com o maior percentual de "registros tardios" no ranking nacional. Em 2022, dos 78.976 registros de nascidos vivos, 14,2% (11.260) correspondiam a nascimentos ocorridos em anos anteriores, mas registrados com atraso. Esses dados foram divulgados na quarta-feira (27) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

A pesquisa sobre registro civil no Brasil revela que o Amazonas fica atrás apenas do Amapá, onde ocorreram 14.959 nascimentos, dos quais 2.259 foram tardios, representando 15,10%.

Entre os 62 municípios do Amazonas, 12 apresentaram uma taxa de registro tardio de pelo menos 10% em 2022. Destacam-se Careiro, onde 273 dos 653 registros foram realizados tardiamente, correspondendo a 41,81% dos casos. Em seguida, está Japurá, com 110 dos 249 registros ocorrendo fora do prazo.

Santa Isabel do Rio Negro, que concentra a segunda maior proporção de indígenas do país de acordo com o Censo de 2022, também está entre os municípios com mais registros tardios. Dos 473 registros de nascimentos, 201 foram tardios, representando 42,49%.

Outros municípios, como Barcelos (195), Caapiranga (93), Manaquiri (156) e Pauini (162), compõem o grupo com percentuais variando entre 30% e 38%.

Luan da Silva Rezende, chefe de Disseminação de Informações do IBGE, destaca: "Legalmente, os pais têm 15 dias para providenciar a Certidão de Nascimento dos filhos recém-nascidos. Há maternidades em que o recém-nascido já sai com a Certidão de Nascimento."

Essa realidade evidencia desafios significativos no acesso aos serviços de registro civil, especialmente nas áreas mais remotas e de difícil acesso do estado. Garantir que todos os cidadãos tenham acesso rápido e eficiente ao registro civil é fundamental para assegurar seus direitos básicos, como a vacinação.

Por outro lado, a capital Manaus demonstrou uma proporção relativamente menor de registros fora do prazo adequado, com apenas 10% dos nascimentos ocorrendo em anos anteriores. Dos 37.363 registros em 2022, apenas 3.736 foram tardios. Guajará e Nhamundá também apresentaram baixos índices de registros tardios, com 1,42% e 3,06%, respectivamente.