Fapeam apoia estudo que investiga ‘voçoroca’ no bairro São José
Projeto aprovado no Programa Ciência na Escola (PCE), fomentado pelo Governo do Estado, via Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), pretende identificar incisões erosivas do tipo voçoroca no bairro São José Operário, na zona Leste de Manaus. O projeto será realizado por alunos da Escola Estadual Doutor Isaac Sverner, localizada nesta mesma zona.
Segundo a coordenadora do projeto, a professora e mestre em Geografia, Anne Carolina Marinho Dirane, o trabalho consiste na identificação e mapeamento das incisões erosivas, as chamadas “voçorocas”, que são consideradas erosões de grau mais alto. Entre os comunitários, esse fenômeno é conhecido popularmente como “buracões”. “Nosso foco é identificar se no nosso bairro ocorre esse tipo de erosão e, a partir daí, mapear as localizações. Sabemos que a erosão é um processo natural, que é bastante intensificado pela ação humana. O bairro São José começou como uma ocupação irregular e, geralmente, ocupações irregulares favorecem esse tipo de erosão”, explicou a professora.
A identificação das áreas com “voçorocas” no bairro São José Operário será realizada por meio de um software chamado “Google Wolf”. A tecnologia realizará uma varredura por toda a extensão do bairro e irá apresentar ao grupo de pesquisa as áreas propensas ao processo erosivo. “À medida que encontrarmos áreas propícias ao ‘voçorocamento’, vamos coletar o ponto e usar um programa chamado ‘ArcGIS’ para buscar a localização. Assim que tivermos certeza que há um ponto de ‘voçoroca’, vamos mapear e mensurar o tamanho da erosão”, explicou a coordenadora.
Para a professora, a pesquisa realizada no âmbito escolar contribui para a inserção dos alunos no universo científico e também colabora com a ampliação da consciência ambiental da classe estudantil e dos moradores do bairro. “Além de mostrar pros alunos como ocorre e quais os estágios do ‘voçorocamento’, vamos fortalecer uma consciência ambiental e destacar que nossas ações podem intensificar as erosões e, futuramente, queremos apresentar os resultados também para a comunidade e poder público”, conta Anne.
A estudante do 1º ano do Ensino Médio, Letícia Feliz, 16, participa pela primeira vez de um projeto de pesquisa. Para a bolsista do PCE, o aprendizado tem sido útil dentro e fora da sala de aula. “Está sendo bom porque antes eu passava por essas áreas e as percebia com o senso comum. Atualmente, tenho uma visão diferenciada sobre o ‘voçorocamento’. Estamos aprimorando nossos conhecimentos nessa área”, conta a aluna.
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