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Aquaman vai de super-herói desprezado a grande aposta da DC neste fim de ano

Por Portal Do Holanda

13/12/2018 19h43 — em
Cinema


Foto: Divulgação

SÃO PAULO — Desde sua fugaz aparição em "Batman vs Superman: A origem da Justiça" (2016), o Aquaman encarnado por Jason Momoa vinha alimentando a expectativa dos fãs de filmes de super-heróis. A espera acaba nesta quinta-feira, quando entra em cartaz o longa do personagem dos quadrinhos que até muito recentemente era parodiado e ridicularizado em séries de animação como "Robot Chicken" e "Bob Esponja". Quem não se lembra do decrépito Homem-Sereia, que vivia aparecendo na Fenda do Biquíni?

Coproduzido por Zack Snyder e dirigido pelo prodigioso James Wan, "Aquaman" traz a origem do herói aquático que, ao ser criado, em 1941, ostentava cachos loiros e curtos, a cara lavada e o insuspeito poder de se comunicar com os seres marinhos por meio de telepatia — assim, fica mais fácil explicar a inclinação ao ridículo.

Com a tez morena, os cabelos compridos e a barba revolta, a versão do imponente Momoa (1,93m) para o personagem no cinema está a anos-luz de distância do modelo de feições arianas idealizado originalmente por Paul Norris e Mort Weisinger.

Além da forma, há também mudanças no comportamento. O novo Aquaman não tem nada de altivo ou nobre. É sarcástico, rebelde, briguento e beberrão. Nesse sentido, Momoa não se faz de rogado quando lista aquilo que o aproxima do personagem.

— Não sou assim tão angustiado como ele — brinca o ator, conhecido como o Khal Drogo, de "Game of Thrones", e o Conan na versão de 2011. — Mas as sacadas, as tiradas engraçadas e aquele gosto pela cerveja...

A angústia vem do fato de Aquaman nunca ter conhecido sua mãe, Atlanna (Nicole Kidman), rainha de Atlantis. Meio humano, meio ser dos mares, o jovem Arhur Curry cresce e desenvolve poderes superespeciais. Mas, quando uma revolta nos sete reinos ameaça o equilíbrio natural entre esses dois mundos, ele é chamado a disputar com o meio irmão, Orm (Patrick Wilson), o direito pelo trono.

— Gosto do fato de ele ser de dois lugares, porque é mais ou menos como eu cresci — diz Momoa, nascido em Honolulu, no Havaí, mas criado pela mãe no Iowa — São mundos muito diferentes, mas eu gosto dos dois. Tem também o fato dele ter a pele escura, o que até pouco tempo atrás não era muito comum. Acho que isso é um posicionamento em relação à diversidade.

Diretor de grandes sucessos de público como "Jogos mortais" (2005), "Invocação do mal" (2013) e "Velozes & furiosos 7" (2015), James Wan foi chamado para assumir "Aquaman" com o projeto já em andamento. Wan conta que tinha duas opções de escolha, o herói marinho e o Flash.

— Há quatro anos, Aquaman parecia ser a melhor escolha — explica o jovem de 30 e poucos anos com os cabelos pontilhados por luzes vermelhas e muita energia. — Queria fazer algo diferente e ninguém, na época, parecia dar muita importância para ele. Mas parece que as coisas foram crescendo e hoje estamos aqui, com todos esses holofotes.

Quando diz que queria fazer algo diferente, Wan não está economizando na definição. "Aquaman" realmente se distancia do modelo clássico de adaptação de super-heróis para o cinema, com personagens atormentados em mundos sombrios — um tom que foi estabelecido principalmente pelos filmes da Marvel e seguido, ate o momento, no Universo Estendido da DC. O seu primeiro filme de super-herói tem seus momentos de seriedade, mas é um festival de luz e alívios cômicos involuntários especialmente quando vai para debaixo d'água.

— Não queria me demorar muito no mundo real — diz o agitado diretor, rindo sempre e procurando vídeos dos testes de filmagem para mostrar aos jornalistas como os efeitos de suspensão na água haviam sido captados. — Queria que fosse algo único, com um colorido e uma dinâmica própria. Foi complicado filmar aquilo tudo, mas o resultado me deixou muito feliz porque acho que consegui aquele efeito de encantamento quando se vê algo diferente, como em "Avatar" ou "O senhor dos anéis".

Uma sequência de "Aquaman" vai depender da performance do filme nas bilheterias. Mas a perspectiva, de acordo com Wan e Momoa, é boa. Além do mais, como se sabe, o herói é um potencial rei.

— Olha aquilo — diz Momoa, apontando para um cartaz, na sala, em que Aquaman veste seu uniforme e empunha o tridente real. — Ele é o rei. Tem que continuar contando sua história.


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O Portal do Holanda foi fundado em 14 de novembro de 2005. Primeiramente com uma coluna, que levou o nome de seu fundador, o jornalista Raimundo de Holanda. Depois passou para Blog do Holanda e por último Portal do Holanda. Foi um dos primeiros sítios de internet no Estado do Amazonas. É auditado pelo IVC e ComScore.

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