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Amazonas pode perder quase tudo​


Por Raimundo de Holanda

14/12/2018 20h17 — em
Bastidores da Política



Não importa as vantagens que a ZFM tem a apresentar. A equipe econômica de Bolsonaro quer a madeira da floresta, os minerais e grandes campos para o agronegócio. O risco do Parque Industrial de Manaus ser atingido é muito grande.

O governador eleito Wilson Lima  ainda não despertou para o grande desafio que terá de enfrentar no próximo ano. O enorme rombo fiscal no Brasil reclama medidas saneadoras da União, e estas irão se abater fatalmente sobre a Zona Franca de Manaus.

A equipe de Bolsonaro sabe que se não fizer a reforma tributária logo no próximo ano perderá força e se submeterá ao Legislativo. Em ambos os casos prevalecerá o poder político centro-sulista.

Não importa as vantagens que a ZFM tem a apresentar na mesa: os empregos,  incentivo menor que tributos gerados e (a que era mais interessante e perdeu força com um governo que parece começar míope) a sustentabilidade da floresta amazônica.

Além disso, a ZFM é constitucional e administra só 8% dos 270 bilhões de incentivos; contra 50% do Sudeste, nosso maior inimigo. Mas o ‘grande capital’ do Sudeste não olha pra isso.

Eles querem a madeira da floresta, os minerais e grandes campos para o agronegócio. E Wilson ainda não tem noção de que precisa construir um capital político forte, aqui e em Brasília.

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Pelo andar da carruagem, Wilson Lima  e sua equipe caminham para a ‘velha prática’ da oposição vazia, que aponta o cisco no olho do antecessor, para esconder a trave que está no seu próprio olho.

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Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.