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CPI enxerga duto por onde escorre dinheiro da saúde no Amazonas


Por Raimundo de Holanda

21/06/2020 22h29 — em
Bastidores da Política



O governo do Amazonas gastou  com saúde ano passado mais de R$ 3 bilhões.  É um número alto para os padrões de serviço prestado à população e alvo de investigação da Comissão Parlamentar de Inquérito instaurada para apurar a compra de respiradores. A CPI,  que teve as atividades suspensas pela justiça,  é mais abrangente. Apura irregularidades desde o ano de 2011- período, portanto, de 9 anos. Os gastos somados ano  a ano  são de mais de R$ 22 bilhões.

A CPI foi suspensa no momento em que penetrava nos esgotos do sistema de saúde, contaminado pela corrupção. Identificou fraudes em contratos e caminhava para localizar o duto por onde circulava o dinheiro desviado ao longo de uma década.

Não por acaso chegou ao financiador da compra dos respiradores: o megaempresário Cristiano da Silva Cordeiro,  condenado pela Justiça Federal a 20 de anos de prisão  por "associação criminosa, fraudes em licitações ( no Estado do Amazonas em 2006), corrupção ativa, sonegação fiscal, falsidade, ideológica,, tráfico de influência, ocultação  de patrimônio e lavagem e dinheiro".

Cristiano não comprou nada, não forneceu nada para o atual governo, mas financiou a empresa que forneceu  os respiradores ao Estado, segundo apurou a comissão. A CPI  buscava a relação do megaempresário com os "novos negócios" da saúde, quando foi sustada. Novos capítulos  em andamento…

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ASSUNTOS: Amazonas, Corrupção, COVID-19, cpi da saúde, saúde, Coronavírus

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.