Devolvam o dinheiro. Ele pertence ao povo do Amazonas
O governo do Amazonas agiu de forma aloprada e autoritária. Desafiar o Legislativo agora apenas expõe um excesso de prepotência que precisa ser contido.
O vice - governador Carlos Almeida resolveu partir para o confronto direto com o presidente da Assembléia Legislativa, Josué Neto, que defende a devolução do dinheiro pago aos 140 servidores que tiveram reajuste de mais de 250% após a edição de Lei Delegada. Carlos disse que o dinheiro creditado na conta dos servidores não será devolvido, uma vez que, segundo ele, tem base no ato normativo submetido e aprovado pelo Poder Legislativo.
Carlos pode ter razão em suposto vacilo dos deputados, mas a essência da lei e sua necessidade foi otimizar o uso de recursos, reduzir secretarias, cortar cargos e vencimentos.
Reajustar os salários de um pequeno número de servidores a níveis estratosféricos não foi apenas imoral - quebrou a confiança entre o Executivo e o Legislativo, essencial para manter intacto o sistema de freios e contrapesos fundamental para a harmonia entre os dois poderes.
O Executivo agiu de forma aloprada e autoritária. Desafiar o Legislativo agora apenas expõe um excesso de prepotência que precisa ser contido.
A medida saneadora que todos esperam será revogar não apenas o reajuste - como aliás já fez o governo - mas “deletar”a própria Lei Delegada, usada para contemplar interesses de um pequeno grupo de servidores. E, provavelmente, outras coisas sobre as quais não se tem, ainda, conhecimento.
ASSUNTOS: Amazonas, Carlos Almeida, josué neto, reajuste de servidores, wilson lima
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.