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Fametro compra um grande problema


Por Raimundo de Holanda

21/11/2019 20h18 — em
Bastidores da Política



A Santa Casa não existia mais no momento do leilão no qual suas ruínas foram arrematadas pelo Grupo Fametro. Nos próximos dez meses - prazo para o grupo  pagar o lance de R$ 9 milhões dado ontem - nada poderá ser mexido no local. O prédio, de mais de 100 anos, é tombado pelo Patrimônio Histórico e esse pode ser o gargalo da Fametro para a construção de um hospital no local.

Se for exigido, como é regra,  que seja  mantida a arquitetura original e não apenas a conservação da fachada, o custo de restauro tornará o projeto inviável.

Manter as características espaciais e construtivas originais é um problema. Mas se essa exigência for de fato a regra adotada para o casarão fantasma da Santa Casa, a Fametro terá que reconstruir o salão nobre, o jardim, a escadaria de madeira, a  capela em estilo gótico, os pátios com  pisos importados,  entre outras propriedades originais do prédio.

Quem achou que o lance de R$ 9 milhões foi uma “bagatela”, considerando a avaliação do imóvel em R$ 15 milhões, está enganado. A Fametro não comprou um hospital, comprou um problema. E pagou caro.

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ASSUNTOS: fametro arremata Santa Casa em Leilão, Manaus, santa casa decreta falência

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.