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O caso do empresário preso no motel


Por Raimundo de Holanda

09/08/2018 20h34 — em
Bastidores da Política



Os demônios sempre estiveram escondidos dentro das pessoas. Mas as redes sociais os libertaram. São crianças sendo vendidas ou expostas,  pessoas degolando outras ou as torturando.  É como se, além de matar, torturar e estuprar, houvesse o desejo de compartilhar com o mundo o prazer mórbido de ferir e beber do sangue das vitimas.  É um vídeo  nesse ou naquele grupo  mostrando crianças sendo espancadas e esganadas até a morte, homens tendo os corações arrancados. Isso é o que se vê e pouca coisa ou nada é feito para chegar aos culpados e puni-los. O que estava escondido, ainda,  mas começou a ser exposto, são pais, irmãos  e tias vendendo os corpos de meninas ainda crianças . O que é isso, senão produto da pobreza,  da falta de oportunidades e de uma educação falha que leva  a uma visão muito cruel da vida e do mundo.

O caso envolvendo  um empresário e uma garota de 13 anos, negociada como prostituta em Manaus, revoltou a todos. Mas ninguém pergunta o que está por trás disso - a desigualdade social que torna a maioria dos brasileiros párias em uma sociedade injusta.  E se faz leis e mais leis que nada resolvem, porque o problema  é de educação, de formação familiar e de oportunidades, que a maioria não tem

Todos fingem  uma profunda indignação  com o episódio, mas a solução que apontam é simplista demais - segregar o homem e a tia,  enquanto a criança vai para um abrigo de um Estado que não sabe lidar com o assunto. Na prática, nada é resolvido. São milhares as crianças que se prostituem. E ninguém quer resolver o problema, embora todos se escandalizem com ele. Esse espanto coletivo, que é puro fingimento,  passa, até que outro infeliz seja encontrado em um motel com uma menina. (RH)

NA ALÇA DE MIRA

Pedido de vistas do juiz Abraham Peixoto Campos Filho na sessão de terça-feira (7) do colegiado do TRE-AM adiou o julgamento que poderá determinar a cassação dos mandatos do prefeito e vice- prefeito de Presidente Figueiredo, Romeiro Mendonça e Mario Abrahão.

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A questão se refere a recurso inominado do Ministério Público Eleitoral no Amazonas pedindo a cassação dos dois que, se forem condenados, ficarão inelegíveis durante oito anos. O relator do processo é o desembargador Aristóteles Thury.

VANESSA DANÇOU

Segundo o presidente estadual do PT, deputado Sinésio Campos, não há mais a menor chance de a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB) ser candidata à reeleição pela coligação PT/PSB, pelo simples fato de a coligação já ter oficializado o registro dos seus candidatos a cargos majoritários e proporcionais na Justiça Eleitoral sem a participação do PCdoB.

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Ela contará com o apoio petista apenas de modo informal, sem espaço algum no palanque eletrônico.

TÍTULO POLÊMICO

Ficou por conta do deputado Augusto Ferraz (DEM) quebrar o clima de cordialidade da sessão especial de ontem da Assembleia Legislativa que homenageou o ministro dos Transportes, Valter Casimiro, com o título de cidadão do Amazonas.

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Ferraz cobrou o asfaltamento do trecho de 400 quilômetros da BR-319. “Pelo amor de Deus, ministro, asfalte a rodovia”, apelou o parlamentar.

MINISTRO LACÔNICO

Em discurso de agradecimento pela homenagem recebida na Aleam, o ministro dos Transportes moderou as palavras, preocupado em não bater de frente com o Ibama na questão da BR-319. “Vamos valorizar o desenvolvimento com respeito ao meio ambiente”, disse, repetindo velha cantilena das autoridades federais acerca da rodovia.

“GRANDE GARGALO”

Apesar de ter prometido barulho no encaminhamento de suas reivindicações a Valter Casimiro, o deputado Sinésio Campos (PT), vice-presidente do Parlamento Amazônico, preferiu seguir a liturgia diplomática da homenagem ao ministro.

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Da tribuna, pediu o balizamento e a sinalização dos rios da região, construção do polo naval do Estado e o destravamento da BR, “um grande gargalo”.       

 

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ASSUNTOS: motel, pedofilia, prostituição

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.