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Xerife da Lava Jato perdeu a sua estrela


Por Raimundo de Holanda

15/06/2019 22h45 — em
Bastidores da Política



  • Bolsonaro, ao falar da necessidade de o STF ter na sua composição  um ministro evangélico ou está antecipando o descarte de seu ministro da justiça ou, no mínimo, está sendo indelicado com ele.

Pelo menos por duas vezes o presidente Bolsonaro manifestou desejo de indicar um ministro evangélico para o Supremo Tribunal Federal. Como agora parece  ser essa a prioridade do presidente, onde fica a promessa feita a Sérgio Moro de que ele seria o indicado, no caso da abertura de uma vaga na Suprema Corte? A primeira só surgira em  2020, com a aposentadoria compulsória de Celso de Mello, em 1o de novembro. A segunda  em 2021, quando Marco Aurelio de Melo completa 75 anos. Bolsonaro, ao falar da necessidade de o STF ter na sua composição  um ministro evangélico ou está antecipando o descarte de seu ministro da justiça ou, no mínimo, está sendo descortês com ele.

E com o presidente dando sinais de que pode acabar de fritar o ex-juiz da lava jato - com a declaração de que não pode confiar 100 por cento nele - Moro fica em uma situação delicadíssima dentro  do governo, onde já é grande seu desgaste com o vazamento de chats privados nos quais orienta procuradores a buscarem provas contra acusados de corrupção.

O fato é que o xerife da Lava Jato perdeu a sua estrela. A cada dia ele murchar mais, encolhe mais, se decompõe mais, se desidrata mais.

O sonho de chegar o STF, alimentado pela promessa de Bolsonaro, parece agora muito distante para Moro

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ASSUNTOS: Bolsonaro, Dalton Dallagnol, sergio moro, STF, The Intercept

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.