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Próximos alvos do MP serão sócios ocultos de empresas com negócios com o governo


Por Raimundo de Holanda

18/04/2018 19h08 — em
Bastidores da Política



A operação Concreto Armado, que prendeu nesta quarta-feira a secretária Waldivia Alencar, terá desdobramentos nas próximas semanas. Os alvos  serão grupos de empresas que pagavam propinas a agentes públicos. 

Uma força tarefa composta pelo Grupo  de Combate ao Crime Organizado, promotorias cíveis e criminais do Ministério Público do Amazonas  trabalha na identificação de contratos superfaturados em áreas criticas do governo, como saúde e educação.  A Força-Tarefa já  teria  identificado indícios de que algumas empresas  tem  sócios ocultos, entre eles autoridades dos diversos poderes. Um dado tratado com o maior sigilo pelos promotores, mas que pode resultar em um grande escândalo  nos próximos dias. 

O MP trabalha em conjunto como COAF e  CGU  que enviam dados sobre patrimônio e movimentações atípicas dos investigados.  Essa troca de informações é que permite saber se o dinheiro desviado é do Estado ou se trata de recursos federais. 

TENSÃO ELEVADA

Há um grau de tensão elevado entre empresários e políticos com negócios com os quatro últimos governo, entre eles o interino que durou três meses.

BOMBA RELÓGIO

A operação Concreto Armado sai do ‘forno’ num momento político delicado e transforma a ex-secretária Waldívia Alencar numa verdadeira ‘bomba relógio’ armada e pronta para explodir. Se acontecer, os estilhaços podem comprometer ainda mais políticos já em situação difícil nesta eleição.

CENTRAL DE OBRAS

Não são novos os fatos que resultaram na Operação desta quarta-feira pelo  Ministério Público do Amazonas. Tudo foi denunciado há dois anos e meio, mas as provas colhidas desde então só agora revelam a extensão provável dos desvios de recursos na ‘central de obras’ do governo.

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O fio desse novelo pode ‘serpentear’ por todo o cronograma de obras dos três governos recentes, o que aumentaria o poder explosivo nas mãos da ex-secretária.

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O que está sendo revelado não é coisa pouca, da mesma forma que é pouco provável que  Waldívia tenha conseguido burlar, sozinha, toda a burocracia de três governos.

O QUE WALDIVIA ESCREVEU?

O hábito que Waldívia Alencar tinha de anotar as  orientações que recebia dos governantes aos quais serviu é um ponto nevrálgico e explosivo. Mas se é motivo de tensão de um lado, de outro pode facilitar o trabalho do Ministério Público Estadual, que planeja novas ações, tendo como alvos funcionários ou ex-funcionarios do governo, empresários e sócios ocultos de empresas com forte poder decisivo, especialmente em licitações com resultados suspeitos.

BOMBEIROS CANDIDATOS

No próximo dia 28, na sede da Associação de Cabos e Soldados (ACS), os bombeiros definirão os nomes da categoria que concorrerão à cadeiras na Assembleia Legislativa e na Câmara dos Deputados. Há até lista de inscrições, que podem ser feitas até as 18 horas de amanhã, sexta-feira.

DAS GREVES AO VOTO

Os bombeiros seguem à risca a receita dos policiais militares que, mesmo já tendo representantes na Aleam, disputarão com vários nomes as eleições proporcionais deste ano. As greves, que agitaram Manaus nos último dois meses, tinham, portanto, óbvio viés eleitoral.

50 DIAS SEM SALÁRIO

Trabalhadores da Eletrobras Amazonas Energia estão há 50 dias sem receber salários, conforme o deputado Serafim Corrêa (PSB), que ontem usou a tribuna da Aleam para cobrar a empresa. “São pais de família vivendo à míngua”, diz o parlamentar.

BRAGA FORTE

Ao contrário do que imaginavam seus opositores, o senador Eduardo Braga exibiu influência no governo Michel Temer com a recondução do seu afilhado político Adalberto Tokarski ao comando da ANTAQ (Agência Nacional de Transportes Aquaviários).

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ASSUNTOS: concreto armado, Waldívia

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.