Razões para Wilson Lima demitir secretário
A participação da mulher do secretário de Fazenda, Alex Del Giglio, em empresa onde o principal acionista é o proprietário da Zona Norte Engenharia, que tem contrato de R$ 2,4 bilhões com o governo do Amazonas, não é uma prova apenas de irregularidade - mostra que a atual gestão estadual desconhece limites, que avançou sobre as facilidades que o poder oferece e atenta contra o interesse público.
Ao contrário da Parceria Público-Privada (PPP), onde pessoa jurídica oferece contrapartidas e assume responsabilidade por investimentos e obras, o que ocorre na relação na qual se insere a mulher do secretário com o principal fornecedor do estado, é Parceria Público Patógena, onde a ação é parasitária e o que produz é a degeneração do bem público.
O secretário de Fazenda pode dizer que não sabia, ou ainda alegar que é absolutamente republicana a sociedade que a mulher mantém com o empresário {que administra o Pronto Socorro e Hospital Delfina Aziz} em uma empresa de câmbio, que se trata de um negócio fora da parceria com o Estado. Mas é imoral, indecente - pelo cargo que ele, como marido ocupa na estrutura do governo.
Ademais, a empresa onde a mulher do secretário aparece como sócia - a Profit Câmbio e Serviços Financeiros Ltda. foi fundada em dezembro de 2019, quando Del Giglio já comandava a Fazenda.
Há pouco a explicar e alguma coisa a fazer. Uma delas, a demissão de Del Giglio e uma investigação dos órgãos de controle sobre o nível de atividade dessa empresa de câmbio.
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Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.