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Com Marina em queda nas pesquisas, futuro da Rede é posto em xeque

Por Portal Do Holanda

20/09/2018 11h01 — em
Brasil


Foto: Reprodução/Facebook

BRASÍLIA E RIO — O fraco desempenho da candidata da Rede à Presidência, Marina Silva, nas últimas pesquisas eleitorais fez surgir entre os correligionários da ex-ministra uma série de dúvidas sobre o próprio futuro do partido, que precisa ter um bom desempenho na eleição para escapar da cláusula de barreira a partir do próximo ano.

Em franca desidratação nos últimos levantamentos — o Ibope na última terça-feira mostrou Marina em quinto lugar, com 6% dos votos, depois de já ter registrado 12% em pesquisas anteriores —, a ex-ministra não demonstraria forças, no atual momento da corrida, para impulsionar a eleição de candidatos ao Congresso, uma das prioridades da sigla.

Pelas regras da cláusula de barreira, para continuar com registro partidário e poder receber recursos públicos, a Rede terá de eleger pelo menos um deputado federal em nove estados ou alcançar 1% dos votos do eleitorado nacional e pelo menos 1,5% dos votos para a Câmara em nove estados.

Além da queda de Marina na disputa pelo Planalto, os 14 candidatos da Rede ao Senado e os onze postulantes a governos estaduais, que poderiam funcionar como puxadores de votos regionais, também figuram na parte de baixo da tabela nas últimas pesquisas do Ibope.

A Rede tem candidatos bem posicionados na corrida pelo Senado em alguns estados. O partido pode garantir a reeleição do senador Randolfe Rodrigues, que exibe 59% de intenções de votos no Amapá, e eleger o novato Capitão Styvenson, que lidera no Rio Grande do Norte, com 23%.

Com 17% na pesquisa Ibope, o ex-senador Flávio Arns está em terceiro lugar na disputa pelo Senado no Paraná, atrás do líder Roberto Requião (MDB), com 43%, e do tucano Beto Richa (28%).

— Para eleger a bancada federal, quanto melhor Marina for, mais ajuda. Se Marina estiver bem colocada, puxa o voto de legenda. Se não conseguirmos os nove federais, em nove estados, estou mais otimista que possamos atingir a segunda regra —diz Randolfe.

Os problemas, no entanto, não param de surgir. Candidato a governador em Pernambuco, para ajudar a puxar votos para Marina e deputados, Júlio Lossio, com 2% na pesquisa Ibope, decidiu romper com Marina e apoiar Bolsonaro, o que desencadeou seu processo de expulsão da sigla.

Membros da Rede relataram ao GLOBO um clima de desânimo de alguns integrantes da campanha. Conselheiros de Marina consideram difícil conseguir reverter a queda nas pesquisas com pouco tempo de TV. A saída, dizem, será redefinir a estratégia digital, para aumentar a presença de Marina nas redes sociais, e ampliar as mobilizações de rua, com maior distribuição de material de campanha.

O clima de pessimismo não teria chegado a contaminar Marina, que segue apoiada na experiência de campanhas passadas, quando também teve dificuldade nas pesquisas, mas registrou votação expressiva nas urnas.

Segundo um integrante da campanha, a prioridade agora é evitar que o ataque especulativo de outros candidatos, em torno do voto útil contra a polarização entre Jair Bolsonaro e Fernando Haddad, tire ainda mais votos de Marina. Para isso, a própria candidata da Rede deve seguir investindo no discurso de que é a única que representa a “união” e a “pacificação” do país. A única capaz de romper a polarização entre os extremos de Bolsonaro e o antipetismo.

A campanha acredita que os debates da reta final poderão ajudar Marina, desde que ela tenha uma postura assertiva e demonstre que é capaz de romper a polarização. Marina ainda foi orientada a focar suas entrevistas em no máximo cinco temas principais e passar mensagens claras sobre as propostas do seu programa.

 


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O Portal do Holanda foi fundado em 14 de novembro de 2005. Primeiramente com uma coluna, que levou o nome de seu fundador, o jornalista Raimundo de Holanda. Depois passou para Blog do Holanda e por último Portal do Holanda. Foi um dos primeiros sítios de internet no Estado do Amazonas. É auditado pelo IVC e ComScore.

ASSUNTOS: Eleições 2018, marina silva, rede sustentabilidade, Brasil

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