BRASÍLIA — O empresário Joesley Batista, um dos donos da JBS, informou ao ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), que pagou a primeira parcela da multaestabelecida em seu acordo de delação premiada, no valor de R$ 11 milhões, como antecipou o blog de Lauro Jardim.

Joesley e seu irmão, Wesley, se comprometeram a pagar R$ 110 milhões cada um. Posteriormente, a PGR rescindiu o acordo acusando-os de omitir informações, mas Fachin ainda não homologou essa decisão.

Apesar da incerceteza em relação ao acordo, os irmãos pediram ao STF a abertura de uma conta judicial para que os depósitos fossem realizados, já que o prazo para o pagamento da primeira parcela terminaria nesta sexta-feira. Pelo acordo, cada um pagaria sua multa em no máximo dez prestações anuais corrigidas pela inflação.

Fachin aceitou o pedido de determinou a abertura de uma conta, mas ressaltou que Joesley e Wesley estarão pagando a multa "por conta e risco".

"A despeito disso, autorizo, em caráter condicionado à futura decisão sobre a rescisão em trâmite, que Joesley Mendonça Batista, Wesley Mendonça Batista e Ricardo Saud depositem, por conta e risco de cada qual, o que entendem devido a título de multa", decidiu Fachin, que também determinou o envio de ofício à Caixa Econômica para a tomada das providências cabíveis.

Joesley, no entanto, informou que a conta ainda não foi aberta. Por isso, ele diz que "não restou outra alternativa" a não ser depositar o dinheiro em uma conta aberta a pedido de outro delator da JBS, Francisco de Assis e Silva, que ocupou o cargo de diretor jurídico do grupo.

Depois, na noite desta sexta, o empresário apresentou uma nova petição ao STF, para informar que a transferência foi devolvida automaticamente. Joesley informou, no entanto, que contatou "a instituição bancária, refazendo e efetivando a operação de pagamento da multa".

O documento diz que o pagamento da parcela "demonstra o cumprimento integral do Acordo de Colaboração, assim como tem feito em relação às demais obrigações".