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Caminhoneiros têm apoio de empresários e parlamentares

Por Agência O Globo

24/05/2018 9h50 — em
Economia



BRASÍLIA — A falta de uma liderança nacional dos caminhoneiros — que promovem uma paralisação desde segunda-feira — dificulta uma solução rápida para o problema. O movimento tem apoio de empresários do setor do transporte e de alguns parlamentares, mas está fragmentado entre diversas associações. O perfil “rodoviarista” do país é o que dá força à movimentação, disse um representante do setor.

Um exemplo da fragmentação dos caminhoneiros é o fato de que dez entidades representativas participaram da reunião realizada na quarta-feira no Palácio do Planalto para discutir soluções para a crise. O movimento ganhou a adesão dos empresários do setor de transporte, da Confederação Nacional dos Transportes (CNT).]

Os líderes que estão respondendo pela paralisação, da Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA), Diumar Bueno, e da Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam), José da Fonseca Lopes, admitem não ter o controle dos filiados. Por isso, alguns excessos estão sendo cometidos, como bloqueio de alguns pontos nas estadas, impedimento de passagem de caminhões com produtos perecíveis e carga viva. A ordem da direção é que os protestos sejam pacíficos. A CNTA diz representar um universo de um milhão de caminhoneiros e a Abcam, cerca de 600 mil. Mas, muitos agem por conta própria e por isso, há dificuldades de acabar com greve.

Segundo os dirigentes das entidades, o movimento não tem ligações políticas, mas eles mantém interlocuções no Congresso, com o deputados como Nelson Marquezelli (PTB-SP) — que foi relator da Lei dos Caminhoneiros —, Valdir Colatto (MDB-SC) e Assis Couto (PDT-RS). A categoria também passou a ter o apoio dos presidentes da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE). Na quarta-feira, depois da reunião no Planalto, alguns líderes da paralisação fizeram uma investida no Congresso e conseguiram emplacar o fim do PIS/COFINS no projeto da reoneração da folha de salários, votado pela Câmara, apesar dos apelos do governo.

O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, descartou, na quarta-feira, uma intervenção federal, com o uso das Forças Armadas, por exemplo, para resolver o problema de desabastecimento. Padilha diz apostar no diálogo. Contudo, a Abcam reclama que procurou o governo na semana passada em busca de providencias e não obteve retorno. A entidade lega ainda que desde outubro do ano passado, busca uma alternativa as reajustes diários do diesel por parte da Petrobras, sem qualquer êxito. Na avaliação de interlocutores do Planalto, há um sentimento de que a população apoia o movimento porque o aumento do preço da gasolina afeta todos os cidadãos, o que torna o governo refém dos fatos.


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